IMPLICAÇÕES DA INSTABILIDADE ATLANTO-AXIAL
A cada ano um numero crescente de indivíduos deficientes mentais vem participando de atividades físicas esportiva. Uma fração significativa destes indivíduos apresenta a condição denominada Síndrome de Down, de corrente, na maioria dos casos, de um ainda inexplicado acidente de desenvolvimento celular (47 cromossos).
Estas crianças (um em cada 600 nascidos) apresentam além de um retardo mental, outras características anátomo-funcionais próprias da síndrome, como aspectos faciais peculiares, formas corporais arredondadas, debilidades muscular, hipermobilidade articular e em muitos casos má formação cardíaca.
Marteletishler, citados por Pueschel, afirma que pessoas com Síndrome de Down, apresentam uma debilidade congênita dos ligamentos. Acreditando que a iperflexibilidade observada nestes indivíduos decorre de um defeito intrícico nos tecidos conjuntivos. Esta hipótese tem suporte em estudos bioquímicos de tendões de crianças com Síndrome de Down que revelaram anormalidades da estrutura protéica.
Recentemente, especialistas têm alertado para o serio problemas presente em aproximadamente 12 a 15% dos indivíduos com síndrome de Down a instabilidade atlanto axial. Isto representa uma mobilidade maior que a normal das duas vértebras cervicais superiores (C1e C2) na base do crânio. Estas condições expõem os portadores a sérios riscos de lesão de medula caso ocorra uma flexão forçada do pescoço, deslocando as vértebras e comprimindo a medula espinal. Isto pode levar a paralisia parcial ou total, com conseqüências irreversíveis.
Apesar de não ser um problema comumente reportado no meio medico - esportivo, pela sua gravidade é importante que os sintomas característicos da instabilidade atlanto-axial sejam conhecidos por médicos, pais e professores de educação física.
Estes sintomas incluem deterioração no caminhar, função urinaria e intestinais alteradas, dor e limitação dos movimentos do pescoço, alem de outros sinais neurológicos, como a hipertonicidade de membros inferiores.
É igualmente significante que se conheça o grau real de incidência desta instabilidade nas diversas populações predisposta ao problema, para que as possíveis decisões por parte de pais e profissionais sejam tomadas adequadamente.
Considerando que jovem com síndrome de Down representa uma fração significativa dos participantes em jogos e olimpíadas deveriam evitar que estes indivíduos participassem de atividades de risco como a ginástica olímpica, salto em altura (fosbury flop, principalmente), salto ornamentais, nado estilo golfinho, futebol (choque e cabeçada), ou outras atividades que possam estressar demasiadamente a região do pescoço – hipertensão ou hiperflexão .
Recomenda-se que, aparti dos dois anos de idade indivíduos portadores da síndrome de Down sejam submetidos a exames médicos específicos que incluem raios x do pescoço (perfil) em extensão e flexão completas. Esta e a única forma de detectar, com segurança a presença de instabilidade atlanto-axial em crianças e jovem participantes de atividades esportivas que os expõem a serias lesões de medula.
Ao contrario da presença (exames simples e baratos), o tratamento de casos de sub-luxação C1 e C2 é penoso, exigindo e, alguns casos, cirurgia para estabilização atlanto-axial.
Se você é pai ou profissional envolvido com criança com síndrome de Dawn, procure observa o seguinte: restrinja temporariamente, as atividades que
possam colocar a criança em risco de lesão da região cervical; encaminhe a criança a um especialista médico, familiarizado com o quadro de instabilidade
atlamto-axial, para quem possa realiza um raio-x de perfil da região cervical (em extensão e flexão completas) os indivíduos que forem diagnosticados positivamente devem ser excluídos permanentemente de exercícios e atividades esportivas que sujeitem o pescoço a “stress” mais forte.
É preciso que os profissionais médicos, professores de educação física e pais se conscientizem da gravidade do risco que certas atividades trariam as crianças com Síndrome de Down se estas apresentarem instabilidade C1 e C2. Mais estudos e maiores informações sobre o assunto são necessários, particularmente em nossos pais.
Publicado em abril de 1990.
Revista Brasileira de Ciências e Movimento.
Coluna a palavra é sua.
Autor:
Markus Vinicius Morais
Universidades Federal de Santa Catarina
Departamento de Metodologia Desportiva
Núcleo de Pesquisa em Exercício e Saúde
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
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